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Filipe Marinheiro
Coleção de Frases e Pensamentos de
Filipe Marinheiro
54 frases
“
Fujam do oásis que está na profundidade das
vossas têmperas, fora com as ânsias, manancial
que destrói a vossa sede contra altas distâncias!
”
―
Filipe Marinheiro
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“
É inexplicável como sou iníquo por não me
conseguir sentir boiar em minha carne abandonada
e a lâmina que a vai cortar anda aos rodopios nas
margens do ribeiro dormindo rachado até magoar.
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Pus-me em cima duma coagulada faca p’la ideia de
colher a verdade p’ra lá da aberta janela em que
a voragem colhe comigo os mimos dum fatal paraíso
tropical.
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Ouço cântaros a darem gargalhadas enquanto anéis
em ruído fincam-se nos violinos calados. Nada
real acentuará ser isto, lógico que a poeira que
piso desamarrará tal malha com isco. A
civilização é clandestinamente isto.
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Em certa circunstância alcateias de mármore
uivavam aos artificiais frutos nefando passada
beleza cansada, de levar pancada do nada. A tal
pancada belisca-me, a beleza do acaso assume-se
secreta forma a forma num herético paralelepípedo
pré desenhado na anti-queda das ninfas encosta ao
lado. Após cumprimentarem com salvas as
lavadeiras nas suas cisternas, constatei que a
beleza é a perfeição com que o ar se desloca em
silêncio entre nós, por nós aos nós. O que seria
da beleza sem o ar e o silêncio? respiraria?
”
―
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“
Essa macia tarde deveria ser movida para trás
evitando que um nicho de archotes me destapasse o
meu cru estômago desobstruindo imbativelmente
crateras servidas em divisíveis taças que mal
conseguem expiar as monstras vidraças ressentidas
através de sãs mentiras.
viajantes mentiras.
”
―
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“
Quanto menos sangrar da metal matéria mais
intervalos componho nas constelações com a etérea
maneira felicitar.
”
―
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“
Morre neve lá fora como uma espécie de absorvente
barro, no entanto, se eu estivesse no decurso da
cor do adro faria-me rosa-pérola glaciar.
”
―
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“
Tenho fios de electricidade dentro das veias que
me abalroam minha boca de alcatifa.
qual será a tensão ao brotarem infrene laranja
leite?
Pelo menos tentei-te metade da revelação.
”
―
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“
No sossego da meditação toco nas vestes da
multidão que vão em robotizada marcha para as
camas uns dos outros. Ociosos da lentidão da vida
perguntam-me como podem engatar os órgãos sexuais
alheios excepto ouvirem confissões por
exortações. Eis um colóquio que acaba numa tóxica
orgia no interior dum graxo tabique negro. Ponto
final.
”
―
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“
Saludarei o sismo por via da tontura amórfica.
Está amanhecer, a trepidação da luz fura-me os
cactos olhos e decaiu imóvel abraçando as
supimpas palavras do sol.
”
―
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“
O vale sacode nuvens ao sol de teus olhos
A floresta deflagra exibidas criaturas
O pasto afia lápis nos felpudos repolhos
As corolas sábias fazem-se linguarudas
”
―
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“
Porque é que temos de obedecer ás tormentas?
Porventura serão relógios que se colam nos
corações sem emendas? e depois contaminam nossos
dedos de gume?
Pois, já cheguei à conclusão de que nunca irei
perceber a analítica miragem, por isso só me deve
restar despir a elipse da vertigem! que bom
viver-se doido e doido e sentir-te naufragar na
invejosa aparência!
Hurra, Hurra, que pertinência!
”
―
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“
Ora bem, uma agulha encalhada num viciante
arbusto no momento em que vai começar a cair
representa nada mais que psicológicas represálias
em guerra com as aveludadas lagoas coladas ao aço
de teus nervos alcoviteiros.
Tão transparente como morderes os ramos dos
arbustos e apaixonares-te p’lo seu interior
comovedor.
”
―
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“
Num só gesto de gesso desordenado, tombo para a
negra chuva triunfal! Ela guarda-me em seu bolso de
adobe arminho. mansíssimo viro-me escancarado,
pisando grainhas das serranias que quase voam como
lástima inté banhar-me no ternurento silêncio em
flor...
Devo morrer indolor SILÊNCIO
”
―
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“
Fiz do Amor um gatilho em broquel ensopado
Fiz do Amor um vulcão de rosas arrebanhadas
Fiz do Amor uma náusea de escunas
Fiz do Amor uma música de espumas
”
―
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“
Aquela afligida atmosfera da loucura, sempre e sempre
me perseguiu quando engolfava, caprichosamente,
durante as destinadas descidas aos selados planetas
esboçados nos trémulos blocos de gelo como varandas
tribais no interior de uma jarra abençoada por flores
a arder penedos a cima. Era eu assomada vertigem
sibilante.
quis afligir minhas preces, minha cama, minhas ternuras-
nervuras, minha sobriedade, minhas imigradas
alvoradas, minha levedura.
Agradeci à desventura que me tenha inspeccionado,
imemoravelmente, possuindo minha síncope comoção,
alimentando-a com cambaleantes vielas e ondeantes
ruelas enriquecendo-me com orgias isentas de vozes.
Era eu assomado lascivo silêncio costurado a meus
querubins lábios.
vivo apenas hoje para beijar a loucura.
”
―
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“
SORRIO no momento em que o sol-pôr cantante se encarcera
nos musicais tendões dum qualquer alçapão,
esprema profusamente chacais sobre vedação fractal,
e atravesso dulcíssima brisa numa gotícula em avesso!...
”
―
Filipe Marinheiro
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“
A escada estremece, os náuticos sinos no quebra-mar arrefecem,
o nevado sol ingere cintilados humanos olhos, e a PAIXÃO aparece.
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Nem
sequer
me
ocorre
a
ideia
de
cerrar
os
olhos
e
não
rodopiar
veemente
com
a
INFELICIDADE.
Talvez
depois
de
ontem
salude
a
bela
FELICIDADE.
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Cada vez que o rouxinol-Paul, a coruja-verlaine
me apelidam de anjo-Arthur, demónio-rimbaud
escondo-me na toca do bosque verde e ouço a
natureza a comover-me!
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Sou o que deveria ser e a mais não serei! Ser não serei, veria o que deveria mais ser o que serei mais ser sou,
não tendo forças p’ra ser Sou o que a mais sou! Deverei?
Transijo emendas ao contornar tua romã boca pressentindo o húmus dos melancólicos boulevards...
adeus vestígios: a petulância!
Esperarei? Transijo ninhadas de primogénitos...adeus vestígios: a petulância!
Como poderei ter erguido o suicida punhal do Dom, oh, zarolho narcisismo que nele transbordas alhadas sorridentes, se a tristeza imensa oscula-me
inamovível cesura, ontem (raios de sol), hoje (nevoeiro-antracite) e amanhã (dilúvio-arco-íris)?
De gerânios-verdes-esbranquiçados a gerânios-verdes-metalizados, estico o funesto Dom girando-o!
Teço, docilmente recreativo caminho-de-ferro de balaustrada a balaustrada (são enormes), e o epíteto Dom graceja, lastima, ressoa nas franjas das almofadas-esmeralda como agueiros d’ elasticidade onde perdura embalada frescura.
E ter Dom?
Ter Dom é flutuar no empoeirado parapeito-preto em cima duns sapos que por lá extasiam cúpulas vertiginosas e eu nunca saberei flutuar muito menos viver a ver sapos a foder!
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Quis Prudência.
dum álamo prescrevi lamacentas aberrações!
tive Prudência.
bailei misericórdias de defuntos, fragmentei ânimos definitivamente!
senti Prudência.
as promessas emboscadas nos eclécticos cortejos boiam indefinidas pelas remessas.
oh, palpitações e retóricas combinações! rumores empertigados no agreste solstício e paisagístico.
pego agora num pequeníssimo revólver detono espadachins de lembranças.
virei Prudência!
”
―
Filipe Marinheiro
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“
E lá me passeio
no frémito ferido
pelos redutores
picos da Saudade! quem é ela?
A Saudade?
É a fusão da compaixão com o ardor da
intrépida dor
”
―
Filipe Marinheiro
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“
Inclino-me para a haste
cravejada no meu peito
quando cego um saboroso
navio que nunca
me prometera visitar
contudo remendou
a feliz lua albergada
em teu torto torso.
Engoli um dardo
e afinal visitou-te,
a felicidade!
”
―
Filipe Marinheiro
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1
2
3
Filipe Marinheiro
Membro desde:
31/01/2014
Frase do Dia
“
Eu vou deixar pra lá, fingir que esqueci, agir como se não importasse. O que é verdadeiro volta. E quem tem que ficar, fica.
”
—
Caio Fernando Abreu
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