Coleção de Frases e Pensamentos de Maria Luz


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Maria Luz
Amo dias como o de hoje, cinzento, com aguaceiros, e um ventinho bem fresco que nos arrepia a espinha… Saí para a rua, e soube-me bem apanhar com algumas gotas de água sobre mim, sentir o cheiro a terra molhada, e o vento fresco que me beijava os meus cabelos.
A noite foi chuvosa, mas estava abafada e foi trovejada, e eu sentada na cama, coberta apenas com o lençol branco de algodão, que cobria metade do meu corpo, ouvia no silêncio da noite os sons dos elementos da mãe natureza, e via por entre os buraquinhos da persiana os clarões intensos dos relâmpagos que “riscavam” o céu escuro como breu… Linda sinfonia, singelos sons da vida!
Amo a natureza e tudo que Deus criou, e enquanto lá fora a sinfonia continuava, eu fechei os meus olhos e em pensamento elevei-lhe o meu agradecimento numa oração de profunda GRATIDÃO, por poder usufruir da Sua criação divina… Sou-lhe Grata, pelo dia que tive, e o que nele eu vivi, pelo que dei e me foi oferecido, pela saúde que vai existindo e controlada, pela conquista da paz que em mim encontro, pela felicidade que com coisas simples da vida eu crio, pelo perfume das flores, do canto dos pássaros, do poder sentir o mar em mim, do simples tomar um café com a nossa melhor amiga, pelos meus amigos do coração e os da jornada, pela minha família nuclear, pelo riso de uma criança, dos sorrisos que dei e dos que recebi, pela evolução do meu pensamento, pelo desapego que alcancei apesar da dificuldade que tive em o fazer, e até pela força e paciência que Ele me dá para lidar com pessoas que não me acrescentam em nada, e acima de tudo pela minha essência, pois ela é verdadeira… Meu coração extravasa de alegria, minha alma irradia luz, e meu Eu fica emocionado, com o AMOR que Deus tem por mim, por nós, pelo mundo …
Deveras GRATA, e sentindo-me abençoada concluo o meu dia sabendo que Ele é minha eterna companhia e guia… Deus!...

Maria Luz
Ainda sou do tempo de brincar à macaca,
De jogar ao pião, de jogar à carica, e do arco na mão…
Tudo era alegria, e tudo era um bom passatempo…
Sou do tempo, de namorar à porta,
Com o pai à janela, para vigiar a donzela,
Não se vá ela perder nos braços do amor,
E mais tarde venha a chover na horta,
Depois ninguém a ia querer, e para a família seria um desprimor…
E para assim poder namorar, tinha do pai haver permissão,
Porque era importante, ter respeito, esse sentido de educação…
Sou do tempo do café feito no pote de ferro,
No tripé de ferro forjado sobre as brasas da lareira,
Depois coado por um pano de linho branco,
E ficar a “descansar” sobre a velha prateleira,
Para depois ser servido na malga de louça branca
Com leite e uma fatia de centeio com manteiga…
Era tudo tão bom, tão satisfatório, tão á boa maneira,
Era felicidade, naquele tempo ser jovem ou criança…
Sou do tempo de para o namorado, cartas escrever
E nelas palavras de amor terem um código a condizer,
Para que quem as abrisse nada conseguisse entender,
Era tão bom esse tempo, em que o amor era mais real
Em que tudo era mais sentido, e não como hoje desleal…
No meu tempo, é que era bom ter família, unida, e verdadeira,
Todos se davam bem, e aos fins-de-semana no tempo de verão
Ia tudo para o pinhal fazer grandes jantaradas sobre uma fogueira,
Era tudo uma alegria, uma felicidade, era tudo de uma grande união…
Sou desse tempo, e nesse tempo tudo isso vivi com alegria e emoção
E não é porque tenho a idade que tenho, que não hei-de ter essa saudade,
Que não devo de recordar, ou me lembrar… Devo fazê-lo porque isso é salutar... É querer pela saudade grande que de tudo isso sinto e vivi, chorar, rir e desejar, que tudo de novo pudesse voltar…
Ah, quem dera que assim fosse… Voltar!.